Câncer Ginecológico
Na prática ginecológica, uma característica muito marcante ajuda no diagnóstico precoce das neoplasias malignas. Essa característica é a consulta “preventiva”, ou seja, grande número de pacientes só vão ao ginecologista para realizar a consulta e os exames de rotina, inclusive as pacientes assintomáticas. Desta forma, a chance de descoberta de uma doença em fase inicial é muito grande, o que melhora muito o prognóstico da doença.
Em qualquer neoplasia, quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores as possibilidades terapêuticas e melhores as chances de cura.
Na prática médica, quando os tumores malignos são descobertos em estágio muito avançado, em maioria, não se consegue realizar o tratamento ideal. Muitos deles, nem ao menos possuem mais indicação cirúrgica, o que leva a um péssimo prognóstico.
Tratamento
Na ginecologia, os tumores podem surgir nos órgãos que ficam dentro cavidade abdominal (útero, ovários, trompas) ou nos órgãos “externos” (vagina e vulva). Independente do local acometido, quando feito o diagnóstico em estágio inicial, uma cirurgia pode ser efetuada. Quase sempre são cirurgias longas, complexas, que exigem equipes bem treinadas e experientes. Mesmo com a realização da cirurgia bem realizada, pode ser necessária complementação com radioterapia e/ou quimioterapia.
Atualmente, essas cirurgias oncológicas, na ginecologia, podem ser realizadas de maneira minimamente invasiva com a segurança adequada. A grande vantagem, além daquelas referentes ao menor tempo cirúrgico, melhor recuperação pós-operatória, etc; é a melhora na visualização e identificação da anatomia pélvica através da vídeocirurgia, o que permite cirurgias amplas e complexas com menor dano a tecidos saudáveis e maior chance da retirada total das lesões neoplásicas.
Diagnóstico
Mais importante do que a discussão do melhor tratamento para cada tipo de câncer a cada estágio da doença no momento do diagnóstico, é a educação das pacientes a buscarem cada vez mais os serviços ginecológicos para exames preventivos. Pois, conseguem rastrear lesões precursoras do câncer, ou mesmo, câncer em estágio inicial. Situações que permitem um tratamento, por vezes, menos complexo e com melhores resultados.
Os principais exames de rastreio ginecológico, após entrevista e exame físico do médico são: colpocitopatológico (“preventivo”, “Papanicolau”), ultrassonografia transvaginal (avaliação da espessura do endométrio e tumores anexiais) e a mamografia (rastreio do câncer de mama).
No Brasil, as prevalências das neoplasias malignas ginecológicas encontrada são:
- Câncer de colo uterino: 10,8 a 35,1 por 100000 mulheres;
- Câncer de ovário: 2,8 a 9,3 por 100000 mulheres;
- Câncer de endométrio: 2 a 7,3 por 100000 mulheres;
- Câncer de mama: 25 a 95 por 100000 mulheres.
Existe uma variação normal de acordo com a região do país e fatores de risco para cada tipo de câncer.